Antes apenas um curioso título em produção para Nintendo DS, "Scribblenauts" foi catapultado ao status de título de primeira categoria após faturar o prêmio de melhor jogo da E3, concedido pelos próprios organizadores da tradicional feira de games dos Estados Unidos.
Aqui no Brasil a expectativa alcançou níveis ainda maiores quando a produtora e distribuidora Warner Bros. anunciou que o jogo chegará ao Brasil com opção de idioma português adaptado ainda para o vocabulário brasileiro.
Mais surpreendente ainda é o fato de se tratar de um game que depende totalmente de palavras, visto que as missões nele são vencidas utilizando itens escolhidos pelo próprio jogador, que deve escrever o nome deles na tela de toque do videogame portátil.
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UOL teve a chance de experimentar durante quase duas horas uma versão quase final da versão de "Scribblenauts" que chegará ao Brasil, ou seja, com textos em português.
O dicionário é sua arma Criado pelo estúdio 5th Cell, de "Drawn to Life" e "Lock's Quest", "Scribblenauts" possui uma premissa extremamente simples: coletar estrelas.
A genialidade reside, contudo, na flexibilidade da mecânica de jogo. Para realizar as missões é possível utilizar qualquer item que imaginar. Para isso basta escrever o nome e prontamente se materializa perto de Maxwell, o sempre sorridente protagonista da aventura.
Importante notar que a lista de possibilidades é enorme - os produtores afirmam passar 10 mil registros - e isso engloba objetos, alimentos e até animais e monstros de variados tipo (até o mítico Chupacabras entra na brincadeira). Chega-se ao cúmulo de ver inclusos no banco de dados algumas brincadeiras da Internet, como os popularez 'Lolcats' - figuras engraçadas de gatos, como o Keyboard Cat e o Longcat.
O bacana é que um sistema lógico rege o universo do jogo, promovendo relações e interações entre objetos. Crie um vampiro e ele o atacará, mas crie em seguida um alho para afugentar o dentuço. Policiais correm atrás de rosquinhas, gatos perseguem peixes, máquinas do tempo te levam ao passado, pessoas fogem de alienígenas e meteoros matam dinossauros sem dó nem piedade.
Porém, há um limite para tanta criatividade. Enquanto toda a ação ocorre na tela inferior, a de cima exibe diversos marcadores, entre eles uma barra similar a um termômetro chamada Objetômetro. Cada objeto conjurado exige um pedaço dessa barra e uma vez que ela se complete não é possível dar forma a mais nada - é preciso se livrar de alguns cacarecos para continuar a brincadeira.
Os níveis do jogo se dividem em dois tipos: quebra-cabeça e ação. O primeiro propõe problemas de contextos elaborados, geralmente envolvendo agradar a vontade de uma determinada pessoa ou criatura. A primeira fase deste gênero apresenta um bombeiro, um policial, um chef de cozinha e uma médica e pede para agradar cada um deles com um objeto diferente.
Por sua vez, as fases de ação englobam situações mais práticas, como vencer obstáculos físicos. A primeira do tipo é tirar a estrela de cima de uma árvore alta e possibilita inúmeras resoluções, desde colar uma tábua na cabeça de um elefante e derrubar a estrela, arremessar uma bola de beisebol nela, derrubar a árvore e por aí vai.
Honra ao mérito Ao final de cada fase o game concede méritos, espécies de medalhas que classificam sua atuação baseando em quantidade de itens usados, criatividade e outros parâmetros. Quanto mais méritos, mais pontos e dinheiro se ganha, que depois pode ser usado para comprar novos cenários onde criar suas próprias fases.
Uma vez batido o nível, é proposto o desafio da estrela dourada. Nele se joga três vezes a mesma fase já vencida, mas é obrigatório utilizar itens diferentes em cada investida. Ou seja, "Scribblenauts" dispõe de inúmeros artifícios para instigar a criatividade e fazer você voltar a todas as fases já ganhas - ao menos uma vez e de uma certa forma.
Por se tratar de uma versão ainda incompleta, foi possível perceber algumas falhas no corretor ortográfico do jogo. Por exemplo, ao escrever óculos sem o acento agudo o game não oferece a opção "óculos" como algo parecido. Contudo, outros exemplos funcionam, como "camarão" e "ambulância", que quando escritos sem acento propiciam a aparição das palavras corretas como escolhas possíveis.